Esta tarde fui ter com uma amiga a um café aqui perto, literalmente estilo foguete. Quando cheguei, cumprimentei a mesa, e ela e a mãe vieram logo felicitar-me pela passagem nos exames. Depois a senhora perguntou como estava de perspectivas, e se queria mesmo advocacia. A conversa que se seguiu foi, mais ou menos esta:
Mãe da minha amiga: E queres advocacia?
Nightwisha Maria: (com toda a confiança) Sim.
Anormal que estava na mesma e que não conhecia de lado nenhum: *riso estilo estou totalmente-obstipada-e-não-consigo-aliviar-me*
Nightwisha Maria: *cara de quem te vai estripar toda*
*Silêncio na mesa*
Mãe da minha amiga: (para a Anormal, como que a tentar remediar a situação) Tens que ver que as pessoas são diferentes, e cada um tem os seu carácter e os seus objectivos!!
Nightwisha Maria: Até porque quem é bom, tem sempre trabalho. Não é a Ordem que vai seleccionar os bons, é o mercado. Por isso, não me preocupo.
Mãe da minha amiga: Ora aí é que está! É isso mesmo!
Nightwisha Maria: Até porque, eu quero mesmo advogar, mas não quero só isso. Quero fazer outras coisas, como investigação ou dar aulas.
Anormal: Desculpa a minha ignorância... mas o que é investigação?!?
Nightwisha Maria: (a deitar lume) Fazer pesquisas, estar ligada a uma universidade ou centro de estudos e estudar sobre determinados assuntos...?!
Anormal: (com cara de gozo, ou de parva, ainda não decidi) Ah, ok...
Nightwisha Maria (para a minha amiga, cabra mode: on) Estás a ver-me a chegar de Panamera à universidade?!?!? É assim que o vou conseguir.
Primeiramente, tenho desde já que informar os meus leitores que nem sou grande fã de Panameras.
Depois, quero que fique aqui bem claro que a minha intenção não foi atingir a minha amiga, ou a mãe dela. Aliás, muito pelo contrário. A minha amiga limitou-se a ficar calada, provavelmente a pedir a todos os santinhos que não mandasse a fulana para um sítio que eu cá sei; e a mãe dela lá tentou compor a coisa de modos a tornar a situação menos desagradável. Só não fiz um escândalo por respeito a todas as outras pessoas presentes na mesa, em especial a elas as duas. Não podia ia descer assim tão baixo.
Não sei o que essa pessoa faz na vida, mas também não quero saber. Como a minha avozinha diz, no alto da sua sapiência: quem não tem que fazer, abre o c* e caça moscas. Eu, por cá, continuo a trabalhar e a investir na carreira que escolhi, porque eu não sou como aqueles colegas que se inscreve na Ordem porque, nas suas próprias palavras, "ainda não sei muito bem o que quero fazer a seguir, e até lá estou aqui". Não tenho tempo, ou dinheiro, ou idade, para andar a brincar às carreiras.
E se as pessoas se rissem primeiro daquilo que vêem no espelho logo pela manhã, talvez não o fizessem quando vêem alguém na rua. Ou no café. Eu rio-me de mim mesma todos os dias. Mas, efectivamente, eu até que tenho espelho em casa. E trabalho que chega e sobra. E uma vida.