sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Prioridades

Certo dia, precisei de ir a um serviço público entregar uns documentos de um cliente. Dirigi-me então ao balcão central do referido serviço, onde deveria especificar o que desejava e, em consequência, receber uma senha para a secção competente pretendida. Naquele local, não há maquinas onde possamos escolher as senhas que queremos.

Como toda a gente sabe, as repartições públicas são, na falta de melhor palavra, um inferno: há povo que mete medo, os sistemas de ar-condicionado oscilam entre o verão da Sibéria e o inverno de Satã, e os funcionários, na sua maioria, têm mau-feitio. Sabendo que tinha muito que fazer, uma pilha de trabalho à minha espera no escritório e que poderia pedir uma senha prioritária (em função da profissão), foi isso mesmo que fiz quando chegou a minha vez de ser atendida no balcão central.

Nightwisha Maria: Por favor, queria uma senha prioritária para a secção de entrega de documentos.
Funcionária 1: E por que razão quer uma senha prioritária?
*Ora, porque sou parva da cabeça e gosto de pedir coisas*
Nightwisha Maria: Por ser advogada (naquele momento, tive a presença de espírito para omitir o sufixo "estagiária").
Funcionária 1: Posso ver a cédula?
*Passo cá a vida e perguntam-me pela cédula?!*
Nightwisha Maria: Sim, com certeza *procura nos confins da mala* Aqui está.
Funcionária 1: Aqui tem a sua senha.


Primeiro obstáculo ultrapassado. Mal tive tempo para me encostar a um canto qualquer, já a minha senha mágica aparecia no ecrã. Atendi imediatamente ao chamamento, caso alguém, do outro lado do botão, se arrependesse de me atender. Cheguei então ao balcão da secção de entrega de documentos.

*Funcionária 2 levanta-se ligeiramente da cadeira e olha, algures, para as minhas pernas*
*Nightwisha Maria olha, instintivamente, para as pernas, ao mesmo tempo que pensa que se terá sujado a comer*
Funcionária 2: Estava a ver se estava grávida.
*Ah! Afinal não estava suja!*
Nightwisha Maria: Ah?
Funcionária 2: É que, como pediu uma senha prioritária, pensei que estivesse grávida.
Nighwisha Maria: Não. Há outras senhas prioritárias, como as dos advogados que vêm tratar de entregar documentos de clientes. (Mais uma vez, tive a presença de espírito para omitir o sufixo).
Funcionária 2: Mas podia estar grávida na mesma, e não saber...
*Isto não me está a aconteceeeeeeeeeer...!*
Nightwisha Maria: Desculpe lá, mas se estivesse grávida, eu sabia.
Funcionária 2: Mas podia não saber.
Nighwisha Maria: Se estivesse grávida, eu sabia.

Depois disto, quase a pedir de joelhos, a mulher lá se calou com o raio da gravidez desconhecida e assintomática, e se dignou a recebeu-me os papéis. Um sacrifício para o típico funcionário público. Desde que não seja dar à palheta e engravidar pessoas, deus-ma-libre-que-este-trabalho-dá-cabo-de-mim! (Felizmente, nem todos os funcionários públicos são assim... Há uns 39, espalhados por esse país, que são extremamente competentes). E que não entendem a essência das prioridades. Se elas existem (não em todas as repartições públicas, que já vi mandarem uma grávida esperar como os outros, porque ali não havia daquilo), é para serem usadas e há-de haver uma razão para isso.


Se é chato ficar horas numa fila, às vezes, para se levar uma banhada de um funcionário mal-disposto, e que ainda só conseguiu fazer 42 pausas naquele dia? É. Mas se a minha profissão (meia, não esquecer o sufixo) me dá essa benesse (deve ser a única, neste momento), porque estou ali em trabalho e a resolver problemas alheios, não vou perder a tarde toda para entregar uns papéis que apenas exigem da funcionária que me atendeu, registar umas folhas no sistema electrónica e fazer um carimbo. A conversa fiada sobre gestação hipotética era desnecessária.

Cenas tristes e bilhetes do prego, só a mim. (Não sei de ontem esta "frase típica veio, mas ouço-a desde sempre). 

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Cada criatura no seu Covil

Para quem já segue as minhas tolarias há algum tempo, sabe das peripécias (nem sempre boas) de, há cerca de um ano, ter saído da casa onde estava para o novo ninho, o qual foi carinhosamente apelidado de O Covil. Não sei de onde veio essa ideia, mas a verdade é que soou muito bem, e acabou por ficar.

Mas afinal, o que faz um covil?

1. As portas, incluindo as do frigorífico, fazem barulhos próprios de filme de terror.
2. Tem mais zubats dentro para apanhar que uma gruta.
3. Pó, muito pó. Ao ponto de se ter que varrer o chão umas três vezes por dia. No mínimo.
4. Tem habitantes "de outras paragens", como a Entidade, que faz desaparecer coisa e depois coloca-as em sítios que não lembra a vivalma.
5. Tacos soltos e sapatilhas alheias por todo o lado, que tornarão os seus habitantes nos próximos atletas olímpicos da nova modalidade que combina o salto do obstáculo e a ginástica acrobática.
6. A Grande Desorganização. (Quem encontrar as sabrinas ganha um prémio).

Agora... e vocês? Será que também têm o vosso próprio covil? Não sabem? Ora, aproveitem esta lista de sinais cientificamente reconhecidos para avaliar a vossa humilde casota e saber se vivem, igualmente, num verdadeiros antro covilístico.

Mas notem: não são os zubats que, realmente, fazem o vosso Covil. É algo mais do que isso. São as pequenas coisas e quem está lá à vossa espera, quer seja o gato imaginário (também existe um =P ) ou uma pessoa especial. Afinal, é como naquele ditado do "cada macaco no seu galho", mas com muito mais estilo =)

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Random like me #4

A Silly Season está aí e não há melhor época do ano para vos bombardear com alguns pormenores super interessantes sobre a minha pessoa altamente fantabolástica. Desta vez, e só mesmo para contrariar a White Raven, que diz que eu só vos confesso coisas fofas sobre moi, desta vez vou presentear-vos com factos totalmente aleatório que não sejam assim tão fofinhos.

Pode ser que consiga =P

1. Quando vou à "casinha" deixo sempre a porta aberta.
Não interessa o que vá lá fazer, mas simplesmente não gosto de fechar a porta da casa-de-banho. Não é claustrofobia (se bem que já me servi de wc's minúsculos, em que podia lavar as mãos sentada "no trono"), mas pronto, coisas da vida. Não que o Moço ache muita piada, mas toda a gente tem manias =P

2. Sou decididamente, extremamente, borbulhantemente preguiçosa.
Ouvi dizer algures por aí que, de acordo com um estudo qualquer, a preguicite é um sinal de inteligência. Se a coisa foi verdadeira, então eu devo ser o próximo Einstein e ainda ninguém deu por isso. Não é que eu faça de propósito, porque não faço, mas tem alturas que mexer um dedo que seja é demasiado penoso. Sabe-me tão bem estar alapada na cama ou no sofá, que nem vos passa pela cabeça. Até agora pensava que era um problema, mas parece que é só a muita super inteligência a pesar xD

3. Mas se dormir uma sesta...
...fico insuportável. Não sei se isto acontece a outras pessoas, mas a verdade é que se dormir um pouquinho durante a tarde, acordo uma pequena Nightizillla extremamente rabugenta.
Explicações para este fenómeno endiabrado procuram-se.

4. Não gosto dos Transformers.
Os mega nerds que me desculpem, mas eu nunca gostei dos Transformers. Já desde o tempo dos desenhos animados que davam na RTP1, eu não achava piada nenhuma à coisa. Gostava das Tartarugas Ninja, adorava os Motorratos de Marte, delirava com os X-Men (esses davam na SIC), mas os Transformers era coisa que a mim não me assistia. E continua a não assistir =P

5. Sou bastante resmungona.
Mesmo quando não durmo a sesta.
Quem costuma sofrer com esta minha resmunguice crónica é o Moço. Eu já tentei controlar os nervos, e tenho conseguido algumas melhorias mas, para mim, é muito fácil perder a cabeça. (Especialmente quando alguém se empenha nessa tarefa).
Para aqueles que padecem deste mal, tal como aqui a je, recomendo chá de limonete, um achado encontrado pelo Moço, e cujo poder calmante já foi testado. Até pode ter sido efeito placebo, mas vamos acreditar que aquilo funcemina na perfeição. Dá mais jeito que assim seja =P

E por hoje, sobre moi je eu, é tudo.

Nos próximos dias serão brindados com as peripécias que ocorreram durante a última Viagem Medieval em terras de Santa Maria. Estou só à espera que o pessoal da organização (e os transeuntes) publiquem algumas fotos... Espero que apareçam registos fotográfico de um determinado acontecimento bastante engraçado. E se for o caso, preparem os lenços, porque poderão ter que limpar as lágrimas de tanto rir =P

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Erudices à hora do chá #4

Ando numa de tentar comer de forma mais saudável e de experimentar coisas novas. Por isso, tenho investigado mais ou menos afincadamente receitas com mais vegetais e com sabores/texturas diferentes.

Tenho, "portantos", investido em pratos com legumes salteados, com inspirações asiáticas e em saladas variadas mas ainda assim nutritivas, especialmente escolhidas para esta época de calor infernal. Também tenho bebido mais água e chás. Nem por nada levanto o rabo preguiçoso do sofá (não, não jogo Pokemón Go. Nada contra o jogo, mas sou demasiado Bunny Tsukino para isso =P ), mas já é um começo. Palminhas para mim, que estou a tentar, com muita força, ser uma pessoa mais saudável, sem me privar de comer o que gosto. Estou apenas a tentar ter mais juízinho =)


Em certa e determinada ocasião, em que eu e o Moço estávamos a escolher legumes para saltear com noodles, surgiu assim, como por um passe de mágica, esta maravilhosa pérola:

Moço: Podemos pôr cogumelos, courgette, feijão verde e couves de bruxelas.
Nightwisha Maria: *torce o nariz quando ouve falar em couves de bruxelas*
Moço: Não gostas muito disso, pois não?
Nightwisha Maria: Não.
Moço: Mas tens comido.
Nightwisha Maria: Mas só como porque tu gostas. Sabem mal. Sabem a meias velhas do tio Vernon.

A sério. As couves de bruxelas sabem mal. Pior, só o pimento, já dizia o Shin Chan. Não sei quem é a alma que consegue comer aquilo. Só uma Nightwisha Maria muito gostadeira do seu Moço é que conseguiria passar por tal provação. Devia receber pontos só por isso... oh lá se devia!