sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ramona

Há dias que parece que saíram da Ramona, ou qualquer outra produção do género. Não, não me estou a referir a um dos vários termos utilizados para designar as forças das autoridades. É algo bem mais tenebroso. Estou a falar de... novelas.

Quem, que tenha vivido nos idos anos 80 e 90, se esqueceu das produções da Globo e, pior!, das novelas mexicanas e argentinas e que, depois de "dubladas" no Brasil, iam para o ar na RTP1?! Ninguém, até porque a coisa traumatizou uma geração. Uma delas era a Ramona.

Já não me lembro do argumento desta novela em questão, mas quase posso adivinhar que tinha triângulos amorosos, troca de crianças na maternidade, uma ou outra calamidade natural, uns bandidos da pior espécie, troca de exames médicos, uma vilã pior que a Rainha da Branca de Neve, pelo menos um assassinato e um final estupidamente feliz, com os bons casados e cheios de bebés, e os maus presos ou falecidos. Portanto, tudo a que uma produção de ficção televisiva sul americana tem direito, em quantidades generosas e acima do permitido por lei. A única coisa que sei é que era essa a novela que estava a ser transmitida no dia dos atentados em Nova Iorque, e que a sua emissão foi interrompida para ser dada a notícia da tragédia em primeira mão.


Daí que Ramona é sinónimo, por várias razões, de histórias do arco da velha, mais ou menos trágicas. Ou apenas estupidamente absurdas. E eu cá cruzo-me com essas histórias muitas vezes no dia-a-dia, demasiadas vezes até. Não deve ser uma coisa saudável.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Perdita

Se há pessoas que têm nomes que se lhes assentam que nem uma luva, e cujo significado consegue resumir fabulasticamente a sua personalidade, eu cá não estou nesse grupo. Se assim fosse, chamar-me-ia, com toda a certeza, Perdita*.

Certo dia, na verdade, cerca de 48 horas depois de voltar a Portugal da fantástica viagem ao UK, Nightwisha Maria já estava a fazer das suas. O meu computador é um anãozinho de amostra, por isso, é fácil perder-lhe o rasto. Quando preparava, depois do jantar, toda a quinquilharia que teria de levar para o escritório no dia seguinte, recomeçou a saga da procura do pc, dos cabos, da pen da internet. Tudo foi efectivamente encontrado com alguma rapidez, excepto o computador. Revira casa para um lado, revira casa para o outro, enquanto tentava reconstituir o meu itinerário nas últimas horas. Heis senão quando, algo me passou pela cabeça. “Eh pah, eu ontem fui tirar cópias à loja de baixo e não me lembro de ter trazido o computador”.

Como uma bala, sem pensar em mais nada, mandei-me pela porta fora. Chegada à lojas das fotocópias, expus a situação. Os funcionários que me atenderam e o dono foram muito atenciosos e prestáveis, procuraram as instalações para ver se alguém tinha guardado um computador “perdido”, mas nada. Ainda fiquei a conversar um pouco com eles, como que a resignar-me para o pior. Eles prometeram ver se conseguiam saber alguma coisa, eu prometi que ia procurar melhor, até porque sou uma cabeça de alho chocho.

Voltei para casa e continuei a demanda, já totalmente desanimada. Poucos minutos depois levantei a carteira... e o estupor do computador estava debaixo dela, ali, no debaixo do meu nariz, o tempo todo. O único sítio onde não procurei. Carteira preta, computador anão enfiado na sua capa preta, só pode dar asneira e vergonha milenar. Voltei à loja para desfazer a confusão que criara uns minutos antes. Quando entrei, um dos funcionários que nem sequer entrara na primeira conversa, mal me viu, perguntou esperançoso: “Encontraste?!”. Socorro. Afinal, toda a gente que estava na loja ouvira a conversa e percebeu que eu era doida da pinha. Pedi desculpas pela confusão e, muito envergonhada, voltei para casa. Agora, com toda a certeza, todos os funcionários e o dono daquela loja me passaram a conhecer, daquele dia em diante, como a miúda chanfrada que perde coisas. Ou Perdita.



* Válido apenas caso fosse estrangeira, filha da Luciana Abreu ou uma cadela dálmata. Para mais informações consulte a lista de nomes próprios permitidos pelo Registo Civil, ou o seu farmacêutico.

sábado, 15 de outubro de 2016

London Calling

Tal como prometido no último post, está na altura de vos relatar como foram as nossas fantásticas férias em Inglaterra. O destino foi escolhido em cima da hora, tal como a marcação da minha última semana de férias. Mas com uma boa ginástica mental, alguma pesquisa e um par de amigos, a coisa saiu mais que bem =)


Se estão preparados para um post enooooorme e cheio de fotografias, é favor fazer scroll down.

Dia 1:
Acordámos às quatro da manhã para nos "aprontar", colocar os últimos itens de higiene pessoal na mala e preparar-nos mentalmente para uma viagem longa entre quase todo o tipo de transportes terrestres até terras de sua Majestade. Façamos um minuto de silêncio pelas horas que não dormi. Táxi, comboio, metro. Aeroporto envolto num nevoeiro do caraças, que até parecia que íamos ver D. Sebastião, a qualquer momento, a cavalo de um 747.

Por essa razão, alegadamente, o nosso voo foi atrasado quase quatro horas. Alegadamente porque, antes e depois de recebermos esta espectacular notícia, conjuntamente com um voucher de quatro euros e meio para comer enquanto esperávamos, outros aviões chegaram e partiram sem problemas. Nota mental para nunca mais viajar com a Easyjet. Sem esquecer que os aviões deles são claustrofóbicos e não nos deram nada para comer durante o voo (mesmo sem termos "contratado a comida", era o mínimo. O que vale é que, Tuga prevenido, leva pãezinhos de leite para enganar o estômago).

 A fazer tontices enquanto esperávamos pelo embarque.

Assim, em vez de chegarmos a Londres ao meio dia, estávamos a sair do aeroporto (de boleia, valha-nos uma alminha caridosa) às 16:20 horas. O nosso rumo era Tunbridge Wells, a Cascais de Inglaterra porque, supostamente, é a terra das Tias. Mais precisamente, a casa da C. e do seu Mais-Que-Tudo, que tão bem nos acolheram! Antes de anoitecer, ainda pudemos dar uma voltinha pela cidade, ver o Opera House (e comer qualquer coisinha =P), o jardim de Tunbridge Wells e a Dudley Street. Depois, foi tempo de um merecido descanso.

#quatrohorasdeatraso #4eurosemeio #rezandopelaindemnização #osotaquedelaéescocês #cascaisdeingraterra #dudleyroad #londoncalling #jánãotenhogases


Dia 2:
Apesar de não termos preparado quase nada para toda a viagem, os nossos anfitriões fizeram o favor de esquematizar quase toda a semana para nós, não estivessem eles já habituados a receber pessoas e dar a sua portuguese tour por todo o lado. Este foi o dia escolhido para vermos o centro de Londres e, pelo caminho, aprender como tudo funciona por aqueles lados, transportes incluídos.

Fomos ao coração da cidade. No centro de Londres, apesar da azafama e da correria de mil e uma vidas por minuto, está tudo muito bem organizado e preparado para receber os turistas. Na estrada, estão pintadas frases para as pessoas saberem para qual lado olhar, antes de atravessar e levar com um carro no lombo. Nas estações, há pessoas com coletes azuis cujo trabalho é, precisamente, auxiliar os turistas perdidos. Não há papéis no chão. Mas escadas rolantes do metro, as pessoas chegam-se para a direita para deixar passar os apressados e os corredores de maratonas a "voar" pela esquerda. As pessoas são super educadas, e são também verdadeiramente simpáticas, contrariamente ao que é apregoado por aí. E faz sol!!

Da esquerda para a direita: Abadia de WestminsterSupreme Court of Justice e
Victoria Memorialem frente do Palácio de Buckingham.

Tiramos fotos à sombra do Big Ben, do Supreme Court of Justice e das árvores do St. Thomas James. Estivemos em Westminster, Buckingham, Picadily e Trafalgar Square, e em tantos outros sítios, como a Loja dos M&M's, onde ainda me ofereceram algumas drageias "para provar". Depois fomos a um lugar super espectacular: Chinatown. Quase se pode encontrar essa zona de Londres pelo cheiro, pois o aroma às comidas cheias de especiarias está impregnado nas suas ruas, com os seus Torii lindos. É tudo colorido e festivo, também por causa do Moon Festival que estava a acontecer naquela altura. Exploramos o interior de um mercado tipicamente asiático, com todo o tipo de produtos alimentares orientais, e aproveitamos para trazer amendoins para os esquilos, caso voltássemos a um parque, e uma caixa de chá oolong, para provar (até porque somos bastante chalados =P ).


 Em cima, na loja dos M&M's; em baixo, em Chinatown.

Os ovos moles que levamos... esfumaram-se.

Depois de um jantar em que não nos deixaram cozinhar e de um banhinho (antes do qual tive de pedir que me baixassem o telefone do chuveiro, que aquilo não está preparado para pigmeus), fomos dormir a "sonhar" com o dia seguinte.

#m&m #chinatown #moonfestival #biscoitosdopanda #eunãoseiondefica #voupelocheiro #humpfturistas #icantbelieveitsnotbutter #nãomedãodecomer #mãeestouapassarfome #amamãnãodeixacozinhar #nãopossocomprarmaiscanecas #eunãochegoaochuveiro #telefonedochuveiro #sãobonsnãoeram


Dia 3:
Podemos dizer que este foi o único dia de toda a viagem que tínhamos planeado, pois foi o escolhido para empreender uma demanda esperada... há anos. Com os bilhetes comprados com antecedência, o fantástico Mundo de Harry Potter nos Estúdios da Warner Brothers esperava por nós.

Como a tour estava marcada para a tarde, aproveitámos para passar por King's Cross ainda durante a manhã, para tirarmos fotos na famosa Plataforma 9 e 3/4, assim como a loja oficial que aí se localiza. Tinha ficado a dica de irmos primeiro a uma das lojas (a de King's Cross ou a dos estúdios) para nos depararmos com os preços antes da tour pois, se o fizemos ao contrário, sentiríamos aquele ímpeto doido de comprar tudo e mais alguma coisa.

Da esquerda para a direita: a entrar pela Plataforma 9 e 3/4 em King's Cross; Estação
de St. Pancras, ao lado de  King's Cross.

Como toda a experiência Harry Potter é demasiado wow! para qualquer Potterhead resumir em meia-dúzia de frases, haverá um post que lhe será especialmente dedicado aqui no tasco. Mas, em modo de antevisão, posso dizer-vos de foi mais-que-fantástico. Eu parecia uma criança deslumbrada com tudo, a pedir ao Moço para fotografar todo e qualquer pormenor. Não queria, de todo, sair de lá e voltar ao triste e enfadonho mundo real. A própria loja era um mundo, mas... não tinha cachecóis. Por isso, saídos dos estúdios fomos a correr, novamente, a King's Cross, comprar os tão desejados itens, entre trocas e baldrocas de linhas de metro. Nesse dia, não houve um segundo de hesitação sobre qual carruagem tomar. Há coisas que nos movem.


Uma pequena amostra dos estúdios: em cima, os brasões da Escola de Hogwarts e das suas quatro casas e a
sala de poções; em baixo, o Sem Forma personificando o maior medo de Neville Longbottom
 ridicularizado, a ponte de Hogwarts e a Weasley's Wizard Wheezes na Diagon Alley.

De volta a casa, já bem depois das dez horas da noite, só conseguimos comer umas tostas mistas e enroscar-nos nos lençóis. Mas o coração estava cheio ^^

#oronconoharrypotter #meiaparaodobby #over9and3/4 #acabamoscomagarrafadefavaios #afinalhaviaoutra #limianoaosquilos #atéfiqueipaneleirodosolhos #desenrascate #trazqueijo


Dia 4:
Com mais um dia por nossa conta, decidimos tentar ver museus. Londres tem uma quantidade insana de museus para visitar e, a sua grande maioria, tem entrada grátis. Optamos por ir a dois, um de manhã e outro de tarde. O Moço escolheu o National History Museum por causa dos dinossauros, claro. Eu escolhi o British Museum, para fazer pesquisa sobre História.

Qualquer museu naquela cidade tem quilómetros de salas e salas para ver, distribuídas em, pelo menos, quatro andares cada um. É uma maratona. Não dá para se estar a ler todas as placas e explicações, porque arriscamo-nos a ver uma décima parte de qualquer museu. No National History Museum nem chegamos a ver a zona especificamente devotada aos dinossauros (um andar completo, se não estou em erro), porque o Moço quis que eu conseguisse fazer a minha querida pesquisa.



Entre um museu e outro, fomos comprar qualquer coisa num supermercado para comer. Croissants tipo francês, um sumo de pêssego concentrado e uns Kit Kats foram os grandes eleitos. O sumo era medonho. Era tão, mas tão doce, que era como sentir um pico de diabetes a escorregar pela goela. Mas com um desgosto nunca vem só, a secção de chás era uma treta. Eu a pensar que ia ao sítio certo para comprar uma penca de chás, mas era mentira. Nada que me chamasse a atenção ou que valesse o risco de comprar e odiar, com a agravante de não ser propriamente barato.

O nosso destino seguinte foi o British Museum, um verdadeiro predioception. Quem iria dizer que aquilo é um edifício dentro de outro? Mas é verdade! E, para não fugir à regra, era enorme. Estava sectorizado por civilizações. Vimos apenas o Egipto Antigo, a Grécia e Roma Clássicas e a Europa. Infelizmente não tivemos tempo para ver as civilizações Asiáticas, mas não dava mesmo para tudo. Tinha algumas coisas fantásticas e incrivelmente lindas, mas maioritariamente cacos. Eu queria ver armas, roupas, objectos do quotidianos mas com utilidades mirabolantes. Mas ainda assim não foi tempo perdido.



A cultura nunca é tempo perdido. E Londres tem e promove cultura por todos os poros. Em todo o lado no metro, há posters com os musicais em exibição, os filmes em cartaz e os últimos álbuns de músicos. Como disse, a entrada na maioria dos museus é gratuita. Os livros, mesmo novinhos em folha, são bem mais baratos do que aqui, e nem estou a considerar o facto dos salários serem muito mais altos lá. É certo que o custo de vida no UK é alto, mas a cultura é pensada para ser acessíveis a todos.

O jantar, desta vez providenciado por nós, foi acompanhado de histórias mirabolantes sobre mecânicos na tropa (uma delas metia um javali), quem seria capaz de levantar o martelo do Thor e do esclarecimento que o sumo de pêssego concentrado era, afinal, concentrado para fazer sumo de pêssego que dava para, sensivelmente, vinte copos.

#cacos #osdinaussaurosfugiram #perdidosnometro #massópor5minutos #porqueagorasomospros #ondeestáochá #oalmoçodecroissants #concentradodepêssego #istoédocecomoam*rda #istodáparavinte #daorelha #opumbavemaí #mecânicosnatropa #somanymuseumssolittletime #quempodelevantaromartelodothor #capitainreferences #fourthwall #nãotenhovida #dóimeospés #nãoestábommasaomenosnãotiveramdecozinhar


Dia 5:
Na perspectiva de um dia cheio, tanto de passeios como de comida, o pequeno almoço foi bem reduzido, pelo menos, da minha parte. A primeira paragem foi uma surpresa: o teatro onde se encontra em exibição a peça Harry Potter and the Cursed Child. Pelo que parece, os bilhetes estão esgotados até Dezembro... de 2017. De seguida, fomos a um local do qual qualquer nerd que se prese necessita de ser salvo: a Forbidden Planet. Vocês não estão a ver... dava vontade de trazer quase a loja toda! Os eleitos para voltar connosco para casa foram uma caneca de Star Wars e uma placa do Marauder's Map.


De seguida, porque o estômago já estava a dar horas, fomos almoçar. Os planos saíram um pouco diferentes do inicialmente programado, por isso, saltamos a comida e fomos directamente para a sobremesa. O nosso almoço foram as fantásticas e gigantescas panquecas do The Breakfast Club. Fomos ao do Canary Wharf, porque os outros dois têm uma fila de espera de quarenta e cinco minutos para sentar. As panquecas eram tão mas tãaaaaaaaaao boas! Mas a melhor parte do dia estava ainda por acontecer.

Depois da pança cheia, fomos de metro para Camden Town. A maioria das pessoas pensa que a experiência Camden acontece na sua avenida principal, mas não podiam estar mais errada. A magia acontece no Stables Market, os antigos estábulos restaurados onde, em cada cubículo que albergara um cavalo, existe uma loja. E há, literalmente, de tudo. Lojas com t-shirts e montes de merchandise, tendas de venda de bijutaria em prata, livrarias em segunda mão... you name it. Há ainda uma zona com lojinhas com diversos tipos de comidas de todo o mundo, a Cyberdog, uma loja toda futurista e luminosa estilo 5th Element (onde não deixam tirar fotografias) e as homenagens a Amy Winehouse. A cantora cresceu em Camden, da qual se tornou "grande embaixadora" e, uma vez que estivemos no local cerca de uma semana depois da data do seu aniversário, a estátua criada por Scott Eaton estava repleta de oferendas dos seus fãs. Foi também lá que compramos as prendinhas da praxe, quer para nós, quer para levar.


Camden é fantástica. Não são apenas as lojas e o cheio de mil e uma comidas. Lá, tudo é normal. Podemos ver uma menina toda bem vestidinha como uma princesa e, mesmo ao lado, um casal de punks nos seus cinquentas. É um local para toda a gente. Foi triste, mas tivemos que vir embora. Na volta, ouvimos atentamente histórias mirabolantes, umas delas sobre uma corrida e um ataque de asma.

#geekness #panquecasaoalmoço #minimeet #portakasan #camdenparamaioresde18 #weonlysaygoodbyewithwords #demandadoanel #doctorwhomassóàsvezes #thebreakfastclub #insultosdoshakespeare #istoéodescalabre #insultosàlorde #salvemmedestaloja #abombaestánocarro #osprimeiros100metros #cidradesovaco #rekorderlig #soumatorradademanhã #pokecenas #posiçãodeinvocardemónios #cp13 #cosplaydrama #tenhováriascoisastortas #eraissoqueeuqueriadizer #foiaquiloqueeuouvi

Dia 6:
Este foi um dia especial. Para além de ser o último de aventuras e descobertas, foi também o nosso aniversário. Seis anos juntos... passou assim tanto tempo Moço? =P Em modo de comemoração, eu vesti o meu super casaco novo, comprado em Camden no dia anterior, na Hearts & Roses (outra loja da perdição) e fomos almoçar ao Oriental Buffet. Meus amigos, aquilo é um templo à comida asiática. Tem de tudo um pouco: sushi, dumplings, noodles, tempuras, várias misturas de vegetais, algumas carnes, peixes e mariscos, pão de banana... eu sei lá! E depois, as sobremesas... que delírio. Esta secção era mais ocidental, mas acham que ia deixar lá ficar aquelas gomas todas tão lindas a olhar para mim?

Algumas das muitas iguarias ao Oriental Buffet que saltitaram do prato para a nossa barriguinha.

Não consegui comer o gelado, infelizmente, pois tanto o meu estômago de comida como o de sobremesas estavam a abarrotar. Afinal, era um buffet, e podíamos comer tudo o que quiséssemos. Saímos de lá, naturalmente, a rebolar. E ainda trouxe algumas gomas, que o dia ia ser longo e podia sentir um ratinho a roer =P

De tarde, o destino era Notting Hill. A primeira paragem foi no Holland Park. Prevenidos, como bons meninos, levamos amendoins. Descasquei alguns e chamei um esquilo. O pequeno veio, escarafunchou a minha mão com as suas patinhas, pegou na pequena iguaria que tinha para ele, cheirou... e pousou-a de volta, indo embora. Quer dizer, eu descasquei o amendoim para sua excelência, que os esquilos não querem cascas, baixei-me para não ter um chelique quando o pequenote me subisse pelas pernas acima, e mesmo assim armou-se em esquisito? Enfim, deves ter muitos amigos.


Kyoto Garden.

O parque era enorme, ao ponto de ter um lindo jardim japonês, o Kyoto Garden, com carpas que pareciam porcos de tão grandes e viçosos que eram, e pavões um pouco discretos, pois encontravam-se na altura de mudança de penas. O parque tinha ainda outros spots e vários edifícios onde tiramos fotografias bem engraçadas, não fosse a C. uma verdadeira maníaca da coisa. Conseguimos fazer uma verdadeira sessão fotográfica e nem sequer somos fáshión bloggers. Quais photoshop quais quê! =P Foi só preciso um pau caído de uma árvore para passar a ser uma jovem Bellatrix Black, com um casaco super chic e o seu típico cabelo louco, a abrir a Diagon Alley.



De seguida, fomos a Portobello Market, onde compramos mais livros usados e nos deslumbramos (as meninas) com anéis bem giros. E onde demos asas às más línguas, com piadas sobre armadas invencíveis (quem vê Águila Roja saberá =P ) e adamastores indomáveis. Antes de voltarmos para casa, ainda passamos pelo Japanese Matsuri que estava a acontecer em Trafalgar Square, onde tentamos passar por vloggers famosos, mas falhamos miseravelmente.


De cima para baixo, da esquerda para a direita: com o carro do jardineiro; em Portobello
Market; o autocarro para o Fim-do-Mundo; no Japanese Matsuri, a palhaçar.

Foi, precisamente, na viagem de regresso, por um acaso da nossa natureza doida, depois de uma corrida valente para apanharmos o comboio para Tunbridge Wells, que decidi registar todas as hastags que nos foram passando pela cabeça e que resumiam a nossa estadia em terras de sua Majestade. Uma forma de "finalmentes", de adeus e de sedimentar memórias.


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Dia 7:
O último dia foi o da nostalgia pela partida. Acordamos, preparamos tudo e fomos dar uma última volta por Tunbridge Wells. O dia amanheceu cinzento, como nós, e foi o único dia em que apanhamos chuva, mas apenas por uns dez/quinze minutos. Demos um pequeno passeio e compramos alguns livros em lojas de caridade, que vendem itens em segunda mão, mas em perfeito bom estado. E posso dizer que encontramos umas boas pechinchas =)

Depois de um almoço rápido, uma viagem de taxi que durou cerca de uma hora, o imposto adeus. Não vou mentir: não queria voltar. Mas o trabalho e as responsabilidades estavam à minha espera. Comemos as últimas gomas que sobreviveram à fuga do buffet asiático e embarcamos, desta vez, com a TAP. Meus amigos, se puder, não troco a nossa companhia por nenhuma outra (talvez pela Ryanair). A tripulação era super simpática, o avião não era nada claustrofóbico e fui tratada como uma pequena rainha. A meio da viagem, ofereceram um pãozinho com queijo e fiambre, e logo depois as assistentes de bordo andaram com um carrinho a perguntar o que queríamos beber, entre café, leite, vários sumos da Compal e sei lá mais o quê. Fazer uma viagem sem comidinha na pança? Isso pode ser para os outros, mas para um Tuga, nunca!

Da esquerda para a direita: a dizer adeus; a vista pela janela do avião, de volta ao burgo.

Já no Covil, nem tivemos tempo para choramingar. Foi comer e dormir, como as criancinhas, que o dia seguinte ia ser de labuta. Não me lembro, mas quase que alvitraria que sonhei que ainda estava em Londres. É uma cidade tão viva, tão diversificada, tão autêntica. Se pudesse, voltava para lá já amanhã.

#deixeirelaxarapassarinha #porntastic #adamastorgoesaway #tristecomoanoite #devoltaaoburgo #querovoltarparaailha #nãohátempoparatudo #raiospartaaconferênciadeinteressados


E agora, se visitar a Inglaterra está nos vossos planos, aqui ficam algumas Dicas por pessoas extremamente viajadas, tipo eu (que, com tanta coisa que fiz e vi, acho que vou criar um blog sobre "estas coisas". Not!):

1. Fiquem em casa de amigos. O alojamento deverá ser, à partida, a coisa mais cara de toda a viagem. Por isso, mesmo que tenham que compensar em gastos com transportes, ficará muito mais em conta. Para além disso, podem sempre comprar ingredientes para comer em casa e não ter fazer todas as refeições fora, e terão uma ajudinha a programar as visitas a todos os locais importantes e/ou interessantes. Para além disso, estarão com amigos e isso, só por si, é óptimo ^^

2. O metro será o vosso melhor amigo. Ou quase. À primeira vista, perceber como o metro funciona, com todas as linhas ali "ensalgalhadas" umas nas outras, parece complicado, mas depois de entenderem o esquema da coisa, é bastante fácil. Pequenas confusões, ainda assim, são possíveis =P Se estiverem hospedados mais para o centro, recomendo que tirem o Oyster para os vários dias que vão estar no país, estilo pack, e que vos dará livre-trânsito para viajar em qualquer linha de metro, as vezes que quiserem/necessitarem. Se vão ficar mais para a periferia, numa localidade que implique o uso do comboio, recomendo o Day Travel Card, que é diários e vos permitirá andar em todos os metros e comboios de toda a Londres. Se o tirarem para um grupo (que deverá sempre viajar junto nos comboios, no metro é irrelevante) e depois das 10h da manhã, ficará bem mais barato.

3. No metro, vão pela direita e tentem sempre ir para as carruagens das pontas. Como disse em cima, nas escadas rolantes, se não estão com pressa, encostem-se à direita para deixar os apressados ou atrasados ir pela esquerda. Os metros, na maioria das vezes, estão apinhados, sobretudo na área mais central da cidade e nas horas de ponta. As carruagens que costumas ir mais vazias são a última e a primeira.

4. Se não estão para cozinhar, e estão perto de casa, ide ao supermercado comprar coxas de frango. A sério, não é peta. Podem comprar uma sopa e uma coxa de frango por, no máximo, duas libras. Os supermercados também têm packs de almoço, que ficam relativamente em conta. Em alternativa, se virem uma Poundland por perto, podem comprar comida mais para o instantânea, mas que dá para o gasto de vez em quando.

5. Cuidado com os concentrados de pêssego. Mesmo. Leiam bem os rótulos de cima a baixo, ou então não, se forem muito destemidos =P

6. Não precisam de se enchouriçar de roupa. Se não forem no pico do verão (sim, isso acontece no UK =P ) ou do inverno, uma t-shirt e um bom casaco são suficientes. Os transportes e edifícios são quentes e, na rua, não se está assim tão desagradável. Claro que a época do ano conta mas, na "meia-estação", basta ir tirando ou vestindo o casaco conforme vão aquecendo ou arrefecendo.

7. Se não tiverem amigos com uma portuguese tour já pensada, programem a viagem com alguma antecedência. Porque vão mesmo precisar. Londres é vasta e tem uma oferta de cultura e locais a visitar abismal. É preciso um mês para ver a cidade toda, e acreditem que não estou a exagerar. Quiçá, um mês não é suficiente. Se tiverem pouco tempo para estar em Londres, então um esquema escrupuloso do que realmente querem ver é essencial.

E, acima de tudo, quer viagem para Londres ou outro destino qualquer, sejam felizes. Isso é, sem dúvida, o mais importante. Tragam memórias inesquecíveis, que vos queiram fazer voltar e explorar sempre novos locais e novas culturas.